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Observar a sombra

  • Foto do escritor: Jorge Musumeci
    Jorge Musumeci
  • 28 de dez. de 2018
  • 2 min de leitura

Atualizado: 4 de mar. de 2019

"Você não se torna iluminado imaginando figuras de luz,

mas sim ao tornar a escuridão consciente.

Porém, esse procedimento é desagradável,

portando, não popular.”

(Jung)




Erradamente a maioria das pessoas acham que o trabalho pessoal é um assunto “light”, que devemos ser leves, pensar positivamente, negar os nossos desejos, desapegarmos do material, não sentir tristeza, ira ou qualquer emoção negativa, sorrir constantemente, aconteça o que aconteça... etecetera. Vejo em todo isso uma maneira de negar o que somos realmente, uma maneira de encaixar em estereótipos plásticos criados pelo olhar capitalista do chamado “movimento new-age” tentando mostrar uma imagem beatificada da espiritualidade para poder ser aceitados por uma sociedade que exacerba o individualismo. Individualismo baseado nas limitantes premissas “para SER você tem que TER” ou “você tem que ser melhor do que é” entre outras, “você tem que ser outra coisa do que é”.


Obviamente essas afirmações negativas instaladas no mais profundo da psique humana não permitem que nos mantenhamos presentes observando a própria sombra; obstaculizando o encontro verdadeiro com nós mesmos.


De nada adianta lutar contra a sombra, e muito menos tentar esconde-la ou fantasia-la.

Geralmente quando encaramos um trabalho verdadeiro e disciplinado com nos mesmos vamos a encontrar muitas dificuldades, porque o nosso sistema de crenças condicionado se resiste a ser formatado: o ego teme sua própria morte. O trabalho espiritual consiste em identificar as resistências para logo não nos identificar com elas. Olhar o nosso medo na cara. Entregar as ilusões na frente da verdade para ver que não são nada. Morrer para renascer.


A respiração consciente e conectada ligada à nossa presença nesse tomar e soltar -presença sem expetativa, sem objetivo-, nos permite observar com toda nossa luz a sombra que está em nós, mas que nada tem que ver como nosso verdadeiro ser.

 
 
 

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